Por Jefferson Rodrigues Tankus
Apesar da forte pressão antrópica nas regiões metropolitanas de nosso estado, ainda é possível encontrarmos uma certa variedade de espécies animais que se adaptaram ao nosso ambiente. Na sua maioria, são espécies de aves silvestres que se adaptaram a viver nos parques e áreas verdes das grandes cidades. Com um ambiente tão modificado e imprevisível, não é difícil que acidentes aconteçam a esses animais, e os mesmos venham a padecer. É inerente ao ser humano (a alguns pelo menos) a vontade de ajudar essas pequenas criaturas e dar-lhes uma segunda chance de sobrevivência.
Mas como devemos proceder visando tanto o bem estar dos animais quanto o nosso?
Bem, aqui vão algumas dicas do que fazer quando nos depararmos com uma situação dessa.
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Pariri (Geotrygon montana) |
A primeira coisa que devemos observar é se o animal realmente precisa de nossa ajuda, pois muitas vezes não é esse o caso. Uma intervenção humana só pioraria a situação.
Se encontrar, por exemplo, um filhote de pássaro caído, o mais correto seria tentar devolvê-lo ao ninho, e não levá-lo para casa como muitas pessoas fazem. Com certeza, o melhor lugar para um filhote é ao lado dos pais. Caso esta situação não possa ser realizada, por exemplo, por o ninho estar muito alto ou não o encontrarmos, jamais devemos tentar criar esses animais em casa. Em primeiro lugar, porque isto constitui crime previsto na lei de crime ambientais (9605/98), com pena de detenção e multa; em segundo, porque na maioria das vezes a pessoa até bem intencionada acabará prejudicando a ave, uma vez que dificilmente saberá ou terá acesso aos alimentos e equipamentos necessários para que se tenha sucesso na cria artificial desta ave.
Muitos pássaros são insetívoros — ou seja, comem insetos —, necessitando de alimentação especializada. Algo que muitas pessoas não têm como providenciar. Outras aves, como os rapinantes, são carnívoras, mas necessitam de ingerirem presas inteiras — ou seja, todas as partes do corpo de outro animal — para uma correta nutrição. Uma alimentação apenas com carne irá gerar um filhote doente e sem condições de retornar à natureza posteriormente, caso não morra de desnutrição.
Então o que devemos fazer? O correto seria chamar o órgão responsável, que enviará um técnico ao local para que avalie a situação e, caso necessário, faça a remoção do animal e o encaminhamento do mesmo a locais habilitados na reabilitação de vida selvagem.
Se a situação exigir, e você mesmo tiver feito o socorro do animal, ligue imediatamente para os órgãos ambientais (Polícia Ambiental, Secretaria de Meio Ambiente, Ibama) informando o ocorrido e solicitando a remoção do animal para atendimento o mais rápido possível. Evite, sobretudo, manusear o animal, pois há riscos de transmissão de doenças, além de bicadas, mordidas e arranhões, que podem ser bem dolorosas.
Jefferson Rodrigues Tankus