terça-feira, 30 de novembro de 2010

XII ENCOB – Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas


O Impacto das Mudanças Climáticas em Bacias Hidrográficas e os desafios da Adaptação”


Por Ana Luíza Roma Couto Serra

Realizado em Fortaleza/CE, entre 22 e 26 de novembro, com a participação de aproximadamente 1500 representantes de Comitês de Bacias Hidrográficas, o XII ENCOB proporcionou a discussão de importantes temas ligados às bacias hidrográficas brasileiras e aos recursos hídricos.

Dentre uma extensa programação que incluiu cursos, oficinas e conferências, bem como eventos paralelos, gostaria de destacar a Oficina “O Impacto das Mudanças Climáticas em Bacias Hidrográficas e os desafios da Adaptação” realizada pela WWF – FNCBH, que tratou da adaptação às mudanças climáticas e sua interface com a gestão de recursos hídricos. Como sabemos, apesar do alto grau de incertezas que permeia essa discussão, as variabilidades climáticas já vem impactando o campo e a cidade com intensificação de eventos climáticos extremos: chuvas mais fortes e concentradas em poucos eventos, enchentes mais frequentes e violentas, secas, estiagens etc.

Vale ressaltar que o setor de recursos hídricos é uma das áreas ambientais que serão mais afetadas pelas variações e mudanças climáticas, segundo pesquisadores que se dedicam a esta temática. Nesse contexto, a gestão de águas tem um importante papel, ao implementar políticas, planos e programas de forma compartilhada com pactos setoriais firmados.

Se os impactos advindos da mudança global do clima serão inevitáveis, como proteger a sociedade e suas economias?

É nesse contexto que surge o conceito de adaptação: “o ajuste dos sistemas sociais, econômicos e ambientais aos atuais e esperados efeitos do aquecimento global e prevenir seus impactos de forma a diminuir a vulnerabilidade, especialmente das comunidades e regiões mais pobres, à mudança ou variabilidade climática. A prevenção, a mitigação e a resiliência são conceitos ligados à adaptação e as políticas devem considerá-los em seu conjunto. A adaptação não deve ser entendida somente do ponto de vista das consequências, mas também das causas do problema” (CONSEA, 2010).

No Brasil, o Grupo de Trabalho “Mudanças Climáticas, Pobreza e Desigualdade”, do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, está elaborando um documento apresentando princípios e diretrizes para a constituição de um Plano de Adaptação, a ser encaminhado ao governo federal como contribuição do GT para o Plano Nacional de Adaptação, que deverá ser elaborado pelo poder público no marco da Política Nacional de Mudanças Climáticas.

            Este é um assunto desafiador que diz respeito a toda a sociedade e deixo a pergunta: Como conviver com um quadro de alta vulnerabilidade e baixa resiliência como o mostrado na fotografia abaixo? Convido a todos os leitores a discutirem mais este assunto e desta forma começarmos a construir a governança necessária para o desenvolvimento da capacidade de adaptação.













Foto: Paulo Pedro de Carvalho - Coordenador Geral do Projeto Caatinga / Ponto Focal Nacional da SC / ASA no Combate à Desertificação – Brasil.



Ana Luiza Roma Couto Serra
Especialista Ambiental – EA 

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