terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Biodiversidade da Mata Atlântica

Por Jefferson Rodrigues Tankus

Biodiversidade ou diversidade biológica é a diversidade de organismos vivos que habitam um determinado ecossistema ou, mais amplamente, um bioma. Nesse quesito de diversidade, poucos são os locais que podem se comparar ou superam a nossa Mata Atlântica. Poucos, também, são os tão amplamente ameaçados pela ocupação humana.

A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo. De fato, é o ecossistema brasileiro que mais sofreu os impactos ambientais dos ciclos econômicos da história do país. Para se ter uma idéia da situação de risco em que se encontra, basta saber que, à época do descobrimento do Brasil, ela tinha uma área equivalente a um terço da Amazônia — ou 12% do território nacional —, estendendo-se do Ceará ao Rio Grande do Sul. Hoje, está reduzida a apenas 7% de sua área original. O estado de São Paulo, o mais populoso do Brasil e um dos mais densamente ocupados, apresenta, ainda, alguns remanescentes florestais de grande tamanho, principalmente na faixa litorânea e no Vale do Rio Ribeira de Iguape. Apesar de tudo, essa porcentagem de 7% da cobertura original vem se mantendo estável nos últimos anos.

Nesses últimos baluartes de áreas florestais bem conservadas, podemos encontrar diversas espécies representantes das diversas classes de animais vertebrados. São, no total, 261 espécies de mamíferos, 1020 de aves, 197 de répteis, 350 de anfíbios e 370 de peixes. Desse total de 2168 espécies de vertebrados, 700 são endêmicas — ou seja, só ocorrem na Mata Atlântica e, portanto, se ela desaparecer, elas desaparecerão também.
Outro número que impressiona, mas de maneira negativa: dos 633 animais ameaçados de extinção do Brasil, 383 são da Mata Atlântica.

As principais ameaças a esses animais estão diretamente ligadas às ações dos seres humanos, pois a perda de habitat causada pelas diferentes ocupações humanas é o principal fator de extermínio das espécies no mundo. A caça predatória, a captura para o tráfico de animais silvestres e a introdução de espécies exóticas são também fatores muito importantes no declínio populacional que diversas espécies vêm sentindo no decorrer dos anos.

Espécies como a Onça-pintada (maior predador das Américas), o Muriqui (maior espécie de primata das Américas), a Harpia (a mais poderosa águia do mundo), são espécies típicas e emblemáticas de nossa região que estão correndo sério risco de desaparecer de nossas florestas. É necessário que não só as autoridades, mas toda a sociedade, conscientizem-se da enorme perda que seria para todos se uma única espécie com milhões de anos de história e adaptações que beiram à perfeição desaparecesse para sempre. E por nossa culpa.











Jefferson Rodrigues Tankus












Crédito da Foto: TRPhoto / Tony Rath  

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